A passagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (21) foi marcada por confusão, empurra-empurra e declarações polêmicas. Após participar de uma reunião com aliados do partido, Bolsonaro deixou o local em meio a tumulto e exibiu a tornozeleira eletrônica que passou a usar na última sexta-feira.
“Isso aqui é o símbolo máximo da humilhação. Não trafiquei ninguém”, disse Bolsonaro enquanto descia as escadarias do Congresso, contrariando a determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que o proibiu de fazer declarações públicas, inclusive por meio de redes sociais ou de terceiros.
Durante a movimentação, o ex-presidente foi cercado por apoiadores, parlamentares e jornalistas, o que gerou um grande empurra-empurra. Pessoas chegaram a cair e uma mesa do Salão Verde foi quebrada. O tumulto começou ainda na saída da sala da liderança do PL e se estendeu por duas escadarias do Congresso.
Parlamentares que participaram do encontro afirmaram que não havia previsão de fala pública por parte de Bolsonaro. A recomendação dos advogados do ex-presidente era clara: silêncio absoluto para evitar o risco de prisão por descumprimento das ordens judiciais.
Apesar disso, Bolsonaro surpreendeu ao cancelar duas entrevistas previamente agendadas — uma com um veículo de imprensa e outra coletiva na própria Câmara — e, na sequência, fez declarações improvisadas ao deixar o local, desafiando as restrições impostas pelo Supremo.
A ida à Câmara foi motivada pelas discussões internas do PL sobre os próximos passos da oposição diante das restrições aplicadas por Moraes, que investiga Bolsonaro em diferentes frentes. A aparição pública e as falas não autorizadas agora colocam o ex-presidente em nova situação de risco jurídico.
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