
O ministro Carlos Fávaro (PSD) classificou como “politiqueira” a reunião de governadores de direita que ocorre hoje (30) no Rio de Janeiro, dois dias após a megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da capital, que resultou em 121 mortes. “Essa é uma medida que me parece muito mais politiqueira. Porque, se fosse de verdade um movimento dos governadores preocupados com o problema da segurança pública no Brasil, eles estariam chamando os 27 governadores”, declarou Fávaro durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (30), onde representou o governo federal na entrega de 595 unidades habitacionais no Residencial Parque do Cerrado, nos condomínios Ipê e Guará.
Após o elevado número de óbitos na operação, a mais letal da história, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que o governo Lula não respondeu ao pedido de socorro do estado para o combate às organizações criminosas que atuam no Rio e em outras regiões do país. Segundo Castro, “estamos atuando sozinhos nesta guerra”. O Planalto reagiu, afirmando que o governador não solicitou apoio durante a megaoperação e que foi pego de surpresa pela ação, que não foi comunicada previamente nem acompanhada por forças federais.
Horas depois de acusar o governo Lula de negar ajuda ao estado, o governador entrou em contato com a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e esclareceu que não teve a intenção de criticar o governo federal. Castro também destacou que não pediu ajuda especificamente para essa operação, mas que, em outros momentos, teve solicitações negadas.
No meio da polêmica, que adquiriu contornos políticos em função da filiação de Castro ao PL, foi organizada uma reunião entre os governadores da direita, após uma videoconferência. Entre eles, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), que, devido a conflitos de agenda, afirmou não conseguir participar. Tarcísio de Freitas (São Paulo) também optou por não comparecer pessoalmente. Já Romeu Zema (Minas Gerais) e Ronaldo Caiado (Goiás) devem se deslocar para o Rio. “Se o problema é brasileiro, todos têm que se unir para enfrentá-lo, independentemente de ideologia ou sigla partidária. Um movimento que faz um apartheid, uma exclusão, e quer falar só entre um grupinho, não me parece um movimento verdadeiro, e sim politiqueiro”, enfatizou Fávaro.
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